Retratos Incompletos Mostram A Chocante Desigualdade No Mundo

Breonna Taylor. Todas as imagens © Adrian Brandon, compartilhadas com permissão

Quando Adrian Brandon começa a colorir um retrato, ele ajusta um cronômetro. Para sua renderização de Breonna Taylor, o relógio está ajustado para 26 minutos – para George Floyd, 46 minutos, para Tony McDade, 38, e para Aiyana Stanley Jones, apenas sete. “Quando o alarme soa, sou atingido por uma onda de emoções que varia de raiva a profunda tristeza, desesperança e sensação de sorte por ainda estar aqui”, diz ele.

O artista que mora no Brooklyn está trabalhando em Stolen , uma série de representações parcialmente preenchidas de negros assassinados pela polícia. Cada retrato permanece incompleto, pois Brandon colore apenas um minuto para cada ano de vida do modelo antes de ser interrompido. “Além de ser capaz de dar ao espectador uma visão das várias idades afetadas pela violência policial, o cronômetro cria muita ansiedade para mim como artista”, diz ele, perguntando-se: “’Quando é que o cronômetro irá tocar?’ ‘Serei capaz de terminar este olho?’ ‘Droga, ainda nem cheguei aos lábios.’ Brandon expandiu o projeto:

Embora essa ansiedade possa parecer insignificante porque as consequências para mim são muito baixas, ela realmente tem um efeito sobre mim. A ansiedade é um sentimento com o qual os negros estão muito familiarizados, e vivenciar essa sensação ao ilustrar esses retratos permite que cada peça pareça uma performance. Muitos negros são forçados a viver com essa ansiedade e aceitá-la como parte do nosso dia a dia. Mas esses sentimentos aumentam e são exaustivos. Eu não deveria ter que fazer uma oração toda vez que vejo a polícia perseguindo um negro nas ruas. Não deveria ficar ansioso quando a polícia está falando com uma pessoa negra. Não deveria me sentir tão ansioso a ponto de tirar o chapéu e as joias quando os policiais me pararem. Eu não deveria ficar tão ansioso a ponto de questionar a possibilidade de chamar a polícia se eu precisasse. Esta série está me puxando de uma forma que a arte nunca fez.

Brandon tem compartilhado ideias mais profundas por trás dos retratos, além de vídeos de lapso de tempo, no Instagram . (via Kottke )